Jornais do Brasil nesta sexta feira 12 de janeiro

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12 de janeiro de 2018

O Globo

Manchete: Agência de risco reduz nota e afeta credibilidade do país

Demora no ajuste fiscal e incerteza política foram os motivos alegados

Standard & Poor’s rebaixa a classificação do Brasil para ‘BB-’, grau especulativo, apesar dos esforços do governo; Ministério da Fazenda cobra do Congresso aprovação da reforma da Previdência

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou a redução da nota do Brasil para “BB-” em consequência da demora na aprovação de medidas de ajuste fiscal e da incerteza política em ano de eleições. A decisão, tomada apesar do périplo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelas agências, coloca o país em grau especulativo igual ao de Bangladesh. Segundo a S&P, “o Brasil fez progressos mais lentos do que o esperado na implementação de medidas para corrigir de forma significativa a deterioração fiscal estrutural e o aumento dos níveis de endividamento.” O Ministério da Fazenda emitiu nota cobrando do Congresso a aprovação da reforma da Previdência. (PÁGINA 17)

MÍRIAM LEITÃO

Rebaixamento pega governo e mercado de surpresa. (PÁGINA 18)

Crivella recorre a segurança privada na folia

Prefeito também quer a volta das Forças Armadas ao patrulhamento das ruas do Rio

O prefeito Marcelo Crivella anunciou ontem que vai contratar 3.300 vigilantes de empresa particular para atuarem nas ruas do Rio durante o carnaval. Ele disse também que pediu ao Ministério da Defesa que as Forças Armadas participem do esquema de segurança da cidade nos dias de folia. Com isso, Crivella espera aumentar a sensação de segurança dos 6,5 milhões foliões que devem participar de desfiles e bailes. O secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, não foi consultado na elaboração do plano de vigilância da prefeitura. (PÁGINA 8)

Sinal de alerta acende em 16 estados

Dezoito anos depois da criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, administrações estaduais continuam gastando mais do que o permitido com folhas de pagamento de pessoal. Embora já houvesse a possibilidade de cassação de três governadores ano passado, punições jamais atingiram os gestores. (PÁGINA 3)

Merval Pereira

ALCKMIN É O NOME

Temer está trabalhando com a ideia de uma grande aliança em torno do tucano. (PÁGINA 4)

Cristiane já dá as cartas no Trabalho

Embora impedida de assumir o Ministério do Trabalho, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) já exerce influência na pasta: o atual ministro interino é seu aliado de longa data. (PÁGINA 6)

EDITORIAL

‘Moralidade deve contar nas nomeações’ (PÁGINA 14)

BNDES muda regra de financiamento

O BNDES anunciou mudanças em suas políticas operacionais e espera desembolsar R$ 100 bi este ano. Vai financiar 100% do valor de máquinas para micro e pequenas empresas. (PÁGINA 19)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Uma em cada três federais tem denúncia em cota racial

Governo quer que universidades criem comissão para avaliar candidatos a vagas que se declaram negros ou pardos

Uma em cada três universidades federais do País já investigou a matrícula de estudantes por suspeita de terem fraudado o sistema de cotas raciais, mostra levantamento feito pelo Estado com base em processos administrativos instaurados pelas instituições. Para reduzir as fraudes, o governo quer que as universidades criem comissões para análise visual dos alunos, informa Luiz Fernando Toledo. Das 63 universidades federais no País, 53 responderam aos questionamentos. No total, há 595 estudantes investigados em 21 instituições de ensino. A maioria já teve a matrícula indeferida, mas parte conseguiu retornar aos estudos por decisão judicial. Nos documentos analisados, foram encontrados estudantes que se autodeclararam quilombolas mesmo sem nunca ter vivido em uma comunidade e alunos acusados por movimentos negros de serem brancos. O caso mais comum, no centro da polêmica, é o dos pardos. (METRÓPOLE / PÁGS. A11 e A12)

Suspeitas começaram no Sul

As primeiras supostas irregularidades no uso das cotas apareceram por causa de denúncias de militantes do movimento negro. Na Universidade Federal do RS, 440 alunos foram denunciados. (PÁG. A12)

S&P rebaixa nota do País e gera atrito entre Poderes

Fazenda põe culpa no Congresso pela não aprovação de reformas; Rodrigo Maia e Eunício Oliveira rebatem e governo, em nota, recua

A agência de classificação de riscos Standard & Poor’s anunciou o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, de BB para BB-. Com isso, o País fica três níveis abaixo do grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador, que indica que determinado país é seguro para os investidores. A agência aponta que o atraso no avanço das reformas e a incerteza política são as principais causas do rebaixamento. A S&P antecipou sua decisão para não ser acusada de interferir nas eleições. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) lamentou o fato de o Congresso não ter aprovado as reformas. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, reagiram. “Resposta de um candidato, uma pena”, disse Maia. “Muitas vezes ultrapassamos nossos limites para entregar o que a equipe econômica pedia”, afirmou Eunício. Por determinação do presidente Michel Temer, foi divulgada nota no final da noite na qual o governo afirma ter tido apoio do Congresso. (ECONOMIA / PÁGS. B1 e B3)

Lava Jato faz PT atrasar cronograma de campanhas

A esta altura, em outras eleições, o PT já tinha definido os nomes da coordenação da campanha. Agora, porém, o único setor cujos integrantes já foram confirmados é o de programa de governo, a cargo de Fernando Haddad. A presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, deve assumir a coordenação-geral, mas a definição só será feita depois do julgamento de Lula no TRF-4, marcado para o dia 24. (POLÍTICA / PÁG. A4)

Concorrentes criticam acordo entre Anatel e Telefônica

Para se livrar de multas de R$ 2,2 bilhões, a Telefônica negocia acordo com a Anatel em que se compromete a aplicar R$ 5,4 bilhões em ampliação da cobertura e instalação de 3G e 4G. As concorrentes Tim e Claro acusam a empresa de querer investir onde já há banda larga fixa, usando recursos públicos para aplicar em mercados lucrativos. A Telefônica diz que a fibra óptica será instalada nas periferias. (ECONOMIA / PÁG. B5)

Febre amarela: viajante deve tomar vacina padrão (METRÓPOLE / PÁG. A13)

Brasileiro preso já foi internado

Jonatan Diniz, preso na Venezuela, diz que foi várias vezes internado por causa de sua “mediunidade” e que queria mostrar a realidade daquele país. (INTERNACIONAL / PÁG. A10)

Colunistas

Eliane Cantanhêde

Entre Michel Temer e os candidatos há, por enquanto, um jogo de gato e rato. (POLÍTICA / PÁG. A6)

Celso Ming

Teremos a 2ª maior colheita de grãos da história. Isso melhora a condição geral da economia. (ECONOMIA / PÁG. B2)

Notas & Informações

É preciso resgatar a Embrapa

Empresa vê-se perdida ante enorme pulverização de seus projetos de pesquisa, estando poucos deles alinhados, de fato, com as novas necessidades dos produtores agropecuários. (PÁG. A3)

O pesado custo lulopetista

Decisões econômicas irresponsáveis resultaram em recessão, desemprego e pobreza. (PÁG. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Crise fiscal do país abre embate entre BNDES e governo

Tesouro cobra devolução de R$ 130 bilhões do banco, que coloca condições para fazer o pagamento da dívida

O governo do presidente Michel Temer (MDB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) batem cabeça a respeito da situação fiscal do país, em uma equação que parece não fechar. O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) pede ao banco devolução de R$ 20 bilhões para arcar com seguro- desemprego e abono. O BNDES também é instado a devolver R$ 130 bilhões ao Tesouro para que este cumpra a “regra de ouro”. Ela impede a União de captar recursos em empréstimos no mercado em volume superior ao que pretende gastarem investimentos. Carlos Thadeu de Freitas, diretor da área financeira e internacional do BNDES, diz que é possível pagar os R$ 130 bilhões no segundo semestre. Para isso, porém, os empréstimos do banco não poderiam passar de R$ 90 bilhões, e os recursos do FAT não seriam devolvidos. Caso contrário, o repasse ao Tesouro seria menor. Para um executivo do banco, o governo joga uma “bomba de fumaça”. Ao se recusar a pagar a dívida, o BNDES também se tornaria responsável pela crise fiscal. “A situação fiscal é das piores já vividas”, afirma Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, do Senado. Segundo Salto, o déficit parou de piorar, mas a dívida pública ainda é muito alta e crescente: “Passou da hora de colocar o dedo na ferida”, diz. (Mercado A17)

PEDRO LUIZ PASSOS

Caminhamos, enfim, rumo à exaustão do modelo fiscal no país (Mercado A22)

S&P rebaixa nota do Brasil por atraso na Previdência (Mercado A17)

Bolsonaro volta a criticar a Folha e defende uso de auxílio-moradia

Em entrevista à Folha, o presidenciável e deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) voltou a criticar o jornal e a defender o recebimento de auxílio-moradia da Câmara, mesmo tendo imóvel próprio em Brasília. Ao ser questionado sobre o uso do benefício para pagar o apartamento, o deputado afirmou que estava solteiro à época e utilizou o dinheiro para “comer gente”. (Poder A6)

Deputado emprega servidora fantasma que vende açaí no RJ

Jair Bolsonaro usa verba da Câmara para empregar vizinha dele em Angra Dos Reis (RJ), onde ela vende açaí. Walderice da Conceição é listada desde 2003 como funcionária do gabinete do deputado em Brasília. Bolsonaro nega que ela seja funcionária fantasma. (Poder A4)

Político inspira Bolsomito, uma bebida energética (Mercado A20)

Países barram dose menor de vacina da febre amarela

Brasileiros só receberão o certificado para entrar em 135 países que exigem vacinação contra febre amarela se tomarem a dose padrão (0,5 ml), informou a Anvisa. A partir de fevereiro, SP, RJ, e BA oferecerão de forma emergencial uma dose fracionada (0,1 ml). (Cotidiano B6)

Caberia à imprensa mais ceticismo com suposto ativista

ANÁLISE PATRÍCIA C. MELLO

“Planejei ir à Venezuela, chamar atenção e ser preso”, diz em vídeo um sorridente Jonatan Diniz, detido por 11 dias no país vizinho. Resta à mídia fazer um mea culpa, já que embarcou na armação de Diniz com muito pouco ceticismo. (Mundo A14)

Editoriais

Leia “Gravidade” , sobre aceno de Temer à candidatura de Alckmin ao Planalto, e “Alerta amarelo” , acerca de medidas para conter risco de epidemia. (Opinião A2).

Redação