Jornais do Brasil neste sábado 16 de setembro

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16 de setembro de 2017

O Globo

Manchete : Antes de sair, Janot envia ao STF a delação da OAS

Palocci afirma que entregou pacotes de dinheiro vivo a Lula

Às vésperas de passar o cargo a Raquel Dodge, o procurador-geral despachou acordo com executivos da empreiteira, que envolve também Aécio e Serra, além de outros aliados de Temer

A denúncia contra o presidente Temer não foi a última flechada de Rodrigo Janot como procurador- geral. Após as delações da Odebrecht e da JBS, chegou ontem ao STF a colaboração premiada de executivos da OAS, capaz de complicar mais a situação dos ex-presidentes Lula e Dilma e de aliados de Temer, informa CAROLINA BRÍGIDO. As provas apresentadas pelos delatores incluem documentos e gravações. Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS preso na Lava-Jato, compromete Lula no caso do tríplex e do sítio, além de envolver os senadores tucanos Aécio Neves e José Serra. Em negociação, a proposta de delação do ex-ministro Palocci inclui a acusação de que entregava pacotes de propina de R$ 30 mil a R$ 50 mil a Lula. (Págs. 3 e 4)

Temer quer tentar barrar denúncia antes de Geddel falar

O Planalto tem pressa para enterrar a denúncia contra o presidente Temer por receio de que o ex-ministro Geddel Vieira Lima tente delatar. (Pág. 5)

Joesley diz que sofre covardia (Pág. 7)

Sem verba, Exército paralisa operações

Anunciado há menos de dois meses, o plano de segurança da União para ajudar no combate à violência no Rio já foi suspenso. Em nota, o Exército informou que a interrupção ocorre por falta de dinheiro. Um oficial contou que, das quatro operações feitas, duas ainda não foram pagas. (Pág. 8)

Instituto do Cérebro: reforço

O Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer vai receber R$ 70,4 milhões este ano do Ministério da Saúde. Ontem, foi inaugurado o novo centro de radiocirurgia. (Pág. 13)

Venda de carros sobe 6,7% no ano (Pág. 10)

Colunistas

MERVAL PEREIRA

Delações entram em fase decisiva na Lava-Jato (Pág. 4)

ZUENIR VENTURA

Política se transforma em caso de polícia (Pág. 17)

ANA MARIA MACHADO

Gravações revelam baixeza única, dantesca (Pág. 16)

Editorial

‘Lula está sob a maior ameaça de sua vida pública’ (Pag. 18)

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O Estado de S. Paulo

Manchete : Palocci diz ter feito repasses a Lula em dinheiro vivo

Ex-ministro disse à Lava Jato que valores variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil e origem era a Odebrecht

O ex-ministro Antonio Palocci afirmou na proposta de colaboração premiada que negocia com a força-tarefa da Operação Lava Jato que em 2010, em pelo menos cinco ocasiões, entregou pessoalmente dinheiro em espécie ao então presidente Lula. Segundo Palocci, eram maços com valores que variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil. De acordo com o ex-ministro, também foram entregues quantias maiores. Nessas ocasiões, o assessor Branislav Kontic era acionado para levar a “encomenda” no Instituto Lula. O ex-ministro disse que o dinheiro tinha origem na conta “Amigo”, da Odebrecht. A defesa de Lula apontou contradições nas afirmações de Palocci e disse que o ex-presidente não recebeu valores. (Política A10)

STF não deve frear denúncia contra Temer, diz Luiz Fux

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, disse ao Estado que não é papel da Corte impedir o andamento da nova denúncia contra o presidente Michel Temer. Para ele, a análise da denúncia cabe ao parlamento e o Supremo é uma “via de passagem”. (Política A6)

Joesley diz ser ‘covardia’ o fim de seu acordo de delação

Em depoimento à Justiça, o empresário Joesley Batista classificou como “covardia” a rescisão de seu acordo de colaboração premiada com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Fui mexer com os donos do poder e estou aqui agora”, disse. (Política A7)

Apesar da pressão, diretor da PF continuará no cargo

Em meio a pressões do PMDB para a troca da cúpula da Polícia Federal, o diretor-geral da corporação, Leandro Daiello, aceitou convite do ministro Torquato Jardim (Justiça) e permanecerá no cargo. “Pedi para ele ficar porque temos vários projetos em andamento”, disse Jardim. (Política A8)

Decisão judicial põe em risco receita de R$ 5 bi

A liberação de cerca de R$ 10 bilhões do Orçamento que estão bloqueados depende do repasse de precatórios (ordens de pagamento da União em ações que foram julgadas) e pode ficar abaixo do esperado. Dos R$ 10,2 bilhões que o governo pretendia usar, cerca da metade está pendente. (Economia B1)

Índios desligam antenas em protesto

Em ato contra redução de território em parque estadual, índios guarani desligaram antenas de comunicação no Pico do Jaraguá. (Metrópole A20)

João Domingos

Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal fizeram mais do que uma reforma política no Brasil. (Política A6)

Adriana Fernandes

O BNDES cresceu mais do que o BID e está diminuindo a fórceps sob impacto da Lava Jato. (Economia B4)

Notas&Informações

Mais uma denúncia inepta – A exemplo do que aconteceu na primeira denúncia de Janot contra Temer, em junho, a nova peça do procurador-geral para acusar o presidente de corrupção não se sustenta (A3)

Aberração e desperdício – Aberração é boa palavra para qualificar o Orçamento federal. Governo terá de trabalhar duro (A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete : Denúncia de Janot tem como base fatos ainda em apuração

Inquéritos a partir de delações da Odebrecht, por exemplo, não foram finalizados; Temer é acusado de dois crimes
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, base-ou-se em pelo menos 15 fatos ainda em investigação para afirmar que o presidente Michel Temer e seis integrantes do PMDB cometeram o crime de participação em organização criminosa. A denúncia afirma que o grupo causa, desde 2006, prejuízos aos cofres públicos. Na mesma peça, o presidente foi acusado por Janot de obstrução da Justiça. Segundo o procurador-ge-ral, o grupo do PMDB da Câmara arrecadou R$ 587 milhões em propinas. Delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht e afirmações do corretor Lúcio Funaro e do empresário Joesley Batista são os relatos mais usados por Janot. Nenhum dos 76 inquéritos abertos no STF vinculados à colaboração de pessoas relacionadas à empreiteira teve a investigação finalizada. No caso de Funaro, ainda não houve nem pedido de abertura de inquérito. Sua delação foi homologada, mas está sob sigilo no STF. De acordo com a lei, a delação serve só como meio de obtenção de prova. Os delatores precisam mostrar documentos que possam corroborar os fatos narrados. A Polícia Federal já disse haver casos que, por fragilidade nos relatos, não poderão ser comprovados. (Poder A4)

Joesley afirma que está pagando por ter mexido com ‘os donos do poder’ (Poder A7) 

Família Batista busca manter comando da JBS

Após a prisão dos irmãos Joesley e Wesley, os Batistas querem manter o controle da JBS, maior empresa de proteína animal do mundo. Três nomes da segunda geração são avaliados, entre eles o filho de Wesley. O BNDES, sócio minoritário da empresa, pressiona para afastar os dois do negócio. (Mercado A17)

Marcello Miller teve, em janeiro, seu vínculo com a Lava Jato renovado (Poder A6)

Palocci afirma ter entregado pacotes de dinheiro a Lula

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci diz que entregou ao menos cinco vezes dinheiro vivo a Lula, em pacotes de até R$ 50 mil. Os repasses viriam da Odebrecht. O relato foi dado em negociação de delação premiada e não necessariamente constará da versão final do acordo. O ex-presidente nega ter recebido valores ilícitos. (Poder A8)

Ministro do STF arquiva inquérito contra Kassab

O ministro Dias Toffoli, do Supremo, determinou o arquivamento de inquérito aberto para apurar a contratação da Controlar, de inspeção veicular, pelo ministro Gilberto Kassab (PSD) enquanto ele era prefeito de SP. Toffoli seguiu recomendação da Procuradoria, que não encontrou indícios de crimes cometidos por ele. (Poder A6)

Barack Obama virá ao Brasil em outubro para ministrar palestra (Mundo A13)

Gestão Doria atrasa resposta a 57% das queixas

O retorno da Prefeitura de SP a reclamações sobre buracos, mato, falta de varrição e outros tem demorado mais do que o previsto. Zeladoria urbana é tema caro ao prefeito, que se vestiu de gari no primeiro dia de trabalho. Em 2016, ainda sob Haddad (PT), o índice de atrasos era de 56%. (Cotidiano B1)

Demétrio Magnoli

Ex-ministro causou explosão fatal na imagem do petista

As confissões de Palocci, uma explosão fatal na imagem de Lula, pedem roteiro sobre a orfandade da esquerda, que não se preparou para viver sem o patrono. “Adeus, Lula” é um filme sobre pulverização. Depois de Palocci, a unidade está morta. Com sorte, do desfecho ressurgirá o debate hoje estancado. (Poder A6)

Editoriais

Leia “Nova denúncia”, sobre a segunda acusação de Janot contra Temer, e “Trump e os democratas”, a respeito do flerte do presidente com rivais. (Opinião a2).

Redação