Brasileirão com jogos adiados não anima torcedor

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A série A do Brasileirão terá, a partir desta quarta-feira (9), a disputa da nona rodada. Mas só para 11, dos 20 times. E isso porque tivemos uma partida antecipada da 11ª rodada, o que significa que menos da metade dos participantes está com o número de jogos correto. E essa desordem não tem data para terminar, pois a CBF não sabe quando poderá realizar os confrontos adiados.

Eu acho um incômodo. O Atlético-MG, terceiro colocado na tabela, e o Vasco, quarto colocado, poderiam ser os líderes no momento, se estivessem com os mesmos oito jogos que o Internacional, time que aparece em primeiro lugar na tabela. Se prevalecesse o critério utilizado na classificação do Novo Basquete Brasil, por exemplo, o Galo deveria aparecer lá em cima, pois o aproveitamento dele é de 71,4% contra 70,8% do Colorado.

E de quem é a culpa? Em primeira instância, da pandemia, é claro. Mas, se olharmos com cuidado para as partidas adiadas, veremos que outros fatores intervieram. Na primeira rodada, por exemplo, os jogos Palmeiras x Vasco e Corinthians x Atlético-GO não aconteceram porque o Campeonato Paulista se estendeu até o início do Brasileirão. O jogo entre Bahia x Botafogo, por conta da final do Campeonato Baiano. Além disso, Goiás x São Paulo foi cancelado porque dez jogadores do time goiano testaram positivo para covid-19. Os jogos do Botafogo e do Corinthians foram remarcados para o dia 30 de setembro, mas os outros dois estão sem previsão.

Pela sexta rodada, Atlético-MG x Athletico-PR e Grêmio x Goiás também não aconteceram porque as equipes estavam envolvidas nas finais dos Estaduais. Problema de calendário. O Furacão, porém, assim como o São Paulo, já aparece com oito jogos na tabela porque a partida entre eles, prevista para a 11ª rodada, foi antecipada e já aconteceu. E não custa ressaltar – as duas partidas da sexta rodada também não têm, ainda, uma data para acontecer.

E por que essa indefinição? Porque, durante o Brasileirão, temos agora sete equipes envolvidas com a Copa Libertadores; outras cinco na quarta fase da Copa do Brasil; e duas na Copa Sul-Americana. A CBF, então, precisa esperar pelo futuro de cada um desses times para saber que dia poderá encaixar os jogos que faltam do Brasileirão.

Isso é lamentável. O principal campeonato do país vai seguir, ainda por um bom tempo, sem que a tabela – aquela que todos nós gostamos de olhar – possa ser vista com a realidade da classificação. Temos de fazer contas desde já.

Qual a solução? Como não podemos aumentar os números de dias dos meses, nem reduzir o período de tempo entre os jogos, a resposta é: não há solução. Infelizmente. O que facilitaria seria a eliminação dos times brasileiros das competições internacionais. E diante dessa opção, prefiro fazer contas imaginando se o rival do meu time vai ganhar ou perder o jogo que ele vai disputar sabe-se lá quando.

Por Sergio du Bocage, apresentador do programa “No Mundo da Bola”, da TV Brasil

Agência Brasil