Luxemburgo festeja melhor campanha e aprova folga do Palmeiras: “Tem que tomar uma caninha”

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O Palmeiras venceu o Guarani por 1 a 0, na noite desta quinta-feira, e assumiu a liderança do grupo B do Campeonato Paulista. Além disso, com o resultado, também ficou com a melhor campanha geral da competição, um ponto à frente do Santo André, que ainda joga nesta rodada.

O técnico Vanderlei Luxemburgo falou sobre a importância de se manter no topo e terminar no primeiro lugar geral do torneio.

– A campanha era um objetivo nosso, passar o Santo André. Falta o jogo deles. Mas tendo a melhor campanha de todos, joga sempre em casa na fase final. Não é uma vantagem absurda, mas é a vantagem de jogar em casa. Mas esse gramado hoje oferece o jogar, não é algo que vamos tirar muita vantagem – disse.

Após a vitória, o Palmeiras confirmou uma rara folga longa ao elenco, com o retorno aos treinos marcado apenas para a tarde de segunda-feira. Luxemburgo brincou sobre a liberação e criticou o calendário do futebol.

– É uma festa do Brasil. Esses jogos que marcam no meio do Carnaval, não deveria acontecer. É uma festa do Brasil, está na cultura. Eles pensam em dinheiro. Eles (jogadores) têm mais que tomar uma caninha mesmo, uma cervejinha, dar uma esfriada… Têm que se divertir. Gosto de Carnaval, desfilar. Vamos ver se consigo desfilar – explicou.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Vanderlei Luxemburgo:

Análise do jogo

– O jogo foi bom. Esse gramado permite ter jogo de bola para nós e o adversário. O Guarani também tocou a bola, conseguiu chegar no nosso gol, porque o campo permite envolvimento, a técnica, a habilidade, principalmente a técnica. É difícil sair um passe errado. Temos treinado bastante aproximação, posse de bola, triangulação, saída na transição ofensiva. Perdemos muitos gols. Chegamos muitas vezes. Não podemos chegar tantas vezes e não botar a bola para dentro, daí vai lá o cara, num escanteio, acerta a bola e pronto. Faltando cinco minutos, botei o Luan e adiantei o Felipe. Fiz um volante com dois meias para não correr o risco da bola que acha o gol. Não quis correr o risco.

Abraço de Dudu no gol

– Eu falo com ele, que é um grande jogador, está há cinco anos aqui. Faz grandes jogos, mas tem momentos que se fala se tá ou não, se sai ou não sai… Acho que falta alguma coisa no sentido de olhar para ele como um ídolo. Tem de direcionar a carreira dele para uma seleção, jogar uma Copa. Para isso acontecer, ele tem de dar um up na maneira de jogar, Fazer mais gols, ser mais participativo, finalizar… Estamos treinando muita finalização. Estou trabalhando especialmente ele. Ele queria fazer cinco gols nessa fase. Se ele fizer os cinco, tenho que pagar algo pra ele, uma pizza, um Guaraná.

Time caiu após o pênalti perdido?

– Time jogou os 90 minutos dentro do que o jogo permitiu. É normal, em adaptação ao gramado novo, ter desgaste maior. O campo é bom, a bola corre, mas fica um pouco mais pesado. Deixamos de recompor no segundo tempo, mas nada a ver com pênalti, fazer ou perder faz parte. Eu já tinha programado de colocar o Veron para dar velocidade.

Bruno Henrique e o meio de campo ideal

– Tá enxergando mais meu time que eu (risos). Temos muitas opções ali. Eu falei que poderia colocar o Felipe Melo de volante, não teria problema em colocar, ele sabe jogar ali. Está bem de zagueiro. Não vejo problema. Mas tem o Menino, o Patrick, jogam como primeiro e segundo. Tudo que falo tem uma dimensão deturpada por umas pessoas que não gostam de mim, tiram uma frase bem solta. A Alemanha, na Copa do Brasil, não tinha volante. Os três de meio giravam o tempo todo. Hoje, com Veiga, Bruno e Zé Rafael, giramos o tempo todo. Isso é uma dinâmica que podemos dar com esse meio. É um outro tipo de jogar. Depende da situação do jogo.

Weverton iniciando as jogadas pelo chão

– Não estou treinando isso não, ele (Weverton) falou porque quis (risos). Você quer que eu falei como meu time vai jogar? Ele tinha que ficar quieto, os caras que têm que prestar atenção (risos).

Sobre usar Luan Silva e Angulo

– Vamos deixar as coisas acontecendo, está vindo de lesão. Ele veio pro banco porque acho que já está no momento. Angulo vem de lesão. Eles têm que mostrar, procurar o espaço, mostrar que merecem ficar aqui. Senão o trem passa e eles não pegaram o trem.

Presença baixa do público

– Isso vai acontecer naturalmente. O time mostrando qualidade, o que estão fazendo… Veio muita cobrança do ano passado, uma “guerra” entre torcedor e time. A torcida volta naturalmente quando se joga partidas mais decisivas. Isso muda. Sem dúvida que a torcida vai abraçar o time. Mas estamos falando sobre o Avanti, as organizadas, é importante o estádio cheio, mas acho que será naturalmente.

Falta de um camisa 10

– Quem tem isso no Brasil? É uma situação no Brasil. Se pegar da Florida Cup até agora, o Lucas Lima mostrou muita qualidade como homem atrás dos atacantes. Hoje coloquei um meio com mais movimentação e intensidade. Veiga jogou bem hoje. Tem o Scarpa que não coloquei ainda, pensei nele hoje, mas hoje vi a bola escapulindo e resolvi trancar. Essa coisa do camisa 10, com a mudança do futebol brasileiro, o camisa 10 foi sumindo no Brasil. Ainda temos alguns que podem jogar. Mas olha o Scarpa, é canhoto, com habilidade, cresceu jogando pelo lado, não por dentro. A tendência é colocar os caras por fora. O Antony, o Pedrinho, são todos que seriam camisas 10, mas pelas funções, a preocupação exacerbada de esquema tático, estamos esquecendo do jogo.

Redação