‘Estamos passando pelo pior momento de criminalização da sociedade’, diz RC em velório

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mst ricardoComovido, o governador Ricardo Coutinho (PSB), discursou neste domingo (9) durante o velório de José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, assassinado em um assentamento do MST em Alhandra, na noite deste sábado (08).

O governador da Paraíba afirmou que Orlando já teve um irmão executado nove anos atrás da mesma forma e que se questiona: “qual será o futuro do país, para onde esse país caminha?”. Para ele, independente do resultado [das eleições] estão criminalizando tudo. “Temos aqui uma perda pessoal, afetiva, um companheiro, mas também uma perda que demora 10 ou 15 anos para se formar que é uma liderança. Isso leva tempo, provações, reconhecimento e nós estamos passando, e a tendência é que se radicalize, pelo pior momento de criminalização da sociedade que quer se organizar”, disse.

O governador também alertou, afirmando que é preciso estar atendo pois “a serpente saiu do ovo e já está espalhada na cabeça de muita gente que sonha em poder resolver qualquer problema referente à sua concentração fundiária na base da bala”, lembrando que duranta a campanha ouviu de “falsos civilizados”, afirmações de que agora se alguém colocasse a cabeça na cerca ele resolveria por ele mesmo.

“O Brasil involuiu, está andando para trás e vai andar cada vez mais à medida que a gente aceita esse jogo. Temos que nos reorganizar por questão de sobrevivência da sociedade”, afirmou.

Ricardo também prometeu não medir esforços para encontrar e punir os executores e também os mandantes do crime e pediu ajuda à população com informações por menores que possam parecer. “Se a gente não pune, a porta estará aberta para muitos e muitos outros casos, porque isso voltaria a ser rotina”, alertou.

“Minha fala é de tristeza e solidariedade também. Espero que a gente possa ter as forças necessárias para barrar o fascismo. Se não tivermos coragem neste momento vamos deixar uma porta muito aberta para que massacres aconteçam cada vez mais. A ideia da violência está crescendo no país, ganhou as eleições. Não foi uma pessoa, foi a ideia da violência, que tudo se pode responder com violência, se você tem adversários retira do meio com violência. É o que está em jogo aqui”, disse e encerrou dizendo que não quer fazer fala em enterro de companheiro, mas vendo-os produzindo.

Marília Domingues