‘Queremos que a Venezuela volte à democracia’, diz Bolsonaro a TV dos EUA

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bolsonaro tvO presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista à TV norte-americana na madrugada desta terça-feira (19) que a Venezuela estará no centro das discussões durante o encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, nesta tarde.

Bolsonaro falou ao canal Fox News e reafirmou que o presidente norte-americano mantém “todas as opções na mesa” em relação à Venezuela. “Nós não podemos falar em todas as possibilidades, mas o que for possível de forma diplomática”, disse Bolsonaro, segundo tradutor da emissora.

A entrevista foi ao ar com tradução simultânea, e em alguns trechos não foi possível ouvir o que o presidente respondeu. Bolsonaro disse que o Brasil é o país mais interessado em por fim ao governo de Nicolás Maduro.

O presidente afirmou que o governo brasileiro está alinhado ao de Trump. “Hoje temos nova ideologia e queremos que a Venezuela volte à democracia”, afirmou.

Segundo dia de Bolsonaro nos EUA é voltado para agenda comercial

Bolsonaro também defendeu o muro na fronteira com o México proposto por Trump para barrar imigrantes sem autorização de entrar nos Estados Unidos, e criticou a oposição americana, o partido democrata, que se opõe à construção do muro.

O presidente brasileiro também disse que vai conversar com Trump sobre estreitar os laços comerciais entre os dois países.

A âncora da Fox News disse que muitos se referem a ele como “Trump dos trópicos” e questionou a semelhança que mantém com o presidente dos EUA.

“Eu o admiro, eu sou muito objetivo e franco, também quero fazer o Brasil grande como ele [quer a América]. Amanhã eu vou abrir o meu coração e espero que aconteça o melhor para os nossos países”.

Caso Marielle

Bolsonaro também comentou a prisão do sargento reformado Ronnie Lessa, apontado como um dos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Lessa mora no mesmo condomínio onde o presidente possui uma casa, no Rio de Janeiro.

“Eu sou um ex-capitão, eu sou amigo de policiais, um dos acusados mora no meu condomínio, mas eu não socializei com ele”, disse Bolsonaro.

“Eles até tentaram dizer que meu filho mais novo, que tem 20 anos, pode ter namorado a filha dele. Eu perguntei: ‘Você namorou ela?’ Ele disse: ‘Namorei com todo mundo no condomínio, me mostra uma foto e quem sabe eu me lembre dela'”, afirmou Bolsonaro.

Carnaval

O brasileiro também foi perguntando sobre o post que fez no Twitter, na terça-feira de carnaval. Ele compartilhou um vídeo de um bloco de carnaval em São Paulo em que dois homens dançam sobre um ponto de táxi.

Em determinado momento, um deles coloca o dedo no ânus e se abaixa para que o outro urine nele. No dia seguinte, o presidente tuitou: “O que é golden shower?”, que significa “ducha dourada” (em tradução literal). É um termo em inglês usado para definir relações sexuais envolvendo o ato de urinar no(a) parceiro(a).

“Eu fui eleito por ser franco e dizer o que penso, e defendo famílias”, disse Bolsonaro à Fox News, segundo a tradução.

Visita aos EUA

Bolsonaro chegou aos Estados Unidos neste domingo (17) e se reunirá com o presidente Donald Trump nesta terça.

A expectativa é que, durante a viagem de Bolsonaro ao país, Brasil e Estados Unidos assinem acordos em diversas áreas.

Nesta segunda-feira (18), Bolsonaro acompanhou a assinatura de um acordo entre Brasil e Estados Unidos que permitirá aos EUA lançar foguetes da base de Alcântara (MA).

Também foi publicado no Diário Oficial um decreto assinado por Bolsonaro que permitiu a turistas de Estados Unidos, Austrália, Canadá e Japão entrar no Brasil sem a necessidade de visto.

A medida foi “unilateral”, ou seja, não muda a forma de os cidadãos brasileiros entrarem nesses países. Segundo o governo, a dispensa do visto foi adotada a fim de incentivar a geração de emprego e renda no Brasil.

Bolsonaro também discursou nesta segunda no “Dia do Brasil em Washington”, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

Ele mencionou a capacidade econômica e bélica dos Estados Unidos ao defender que a “questão da Venezuela” seja resolvida.

G1