Encontro do G20 termina com acordos sobre comércio global e mudanças climáticas

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g20Terminou neste sábado (1) em Buenos Aires a cúpula do G20, que reuniu as 20 maiores economias do mundo.

Ao final do encontro, foi divulgado um documento de 40 páginas, assinado por todos os países, detalhando pontos como a reforma do sistema tributário, acordos comerciais e climáticos, igualdade de gênero e fluxos migratórios.

Duas das mais importantes questões globais foram o foco do G20: as mudanças climáticas e tratados comerciais entre os países.

Acordo ‘irreversível’

O documento assinado de forma conjunta reitera a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Por outro lado, o país reforça o “forte compromisso” com crescimento econômico e segurança energética e que, para isso, usará todas as fontes de energia e tecnologias, mas protegendo também o meio ambiente.

Por outro lado, todos os demais países signatários do Acordo de Paris reafirmam que o tratado é “irreversível” e se comprometem com a sua implementação total.

“Continuaremos a combater as mudanças climáticas, promovendo o desenvolvimento sustentável e crescimento”, diz o documento. Isso inclui responsabilidades comuns entre as nações, mas levando em conta as realidades de cada país.

Outro ponto abordado foi o estímulo a fontes limpas de energia. “Reconhecemos o papel crucial da energia em ajudar a moldar nosso futuro compartilhado, e encorajamos transições de energia que combinem crescimento com a redução das emissões de gases de efeito estufa para sistemas mais flexíveis e transparentes”.

O documento assinado pelo G20 diz que o investimento nesses tipos de energias, bem como em tecnologias e infra-estrutura, podem ser oportunidades também para a criação de empregos e crescimento.

Reforma da OMCPresidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é recebido pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri, na Casa Rosada, em Buenos Aires, nesta sexta-feira (30)  — Foto: Saul Loeb / AFP

Do ponto de vista econômico, a cúpula do G20 tratou de forma genérica as atuais tensões comerciais e a reforma da Organização Mundial do Comércio, a OMC.

Em um dos trechos do documento, o G20 diz que detectou “problemas comerciais atuais”. O grupo reafirmou a promessa de “usar todas as ferramentas políticas para alcançar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo”.

Especificamente sobre relações globais, os países reconhecem que “comércio internacional e investimento são motores importantes de crescimento, produtividade, inovação, emprego criação e desenvolvimento”, porém, o G20 diz que o atual sistema multilateral está “aquém de seus objetivos”.

Nesse sentido, o G20 diz apoiar a reforma da OMC “para melhorar seu funcionamento”. No entanto, as discussões sobre as mudanças acabaram ficando para o próximo encontro da cúpula.

O documento trata ainda das atuais tensões comerciais globais, e reafirma a necessidade de “revitalizar o comércio”, mas joga seu peso para além da reforma da Organização Mundial do Comércio, a OMC.

Refugiados e igualdade de gênero

O G20 também abordou brevemente os assuntos migração e igualdade de gênero.

No documento, o grupo afirma que “grandes movimentos de refugiados são uma preocupação global com as questões humanitárias, políticas, sociais e consequências econômicas”.

Sem propor uma solução, o texto reforça a necessidade de “ações compartilhadas para abordar as causas básicas de deslocamento e responder às crescentes necessidades humanitárias.”

“A igualdade de gênero é crucial para o crescimento econômico e o desenvolvimento justo e sustentável”. Ainda que não tenha sido discutida maneiras práticas, o G20 reafirmou o compromisso de “reduzir a brecha de gênero na força de trabalho para taxas de participação de até 25% até 2025”.

O grupo também prometeu “promover o empoderamento econômico das mulheres, inclusive trabalhando com o setor privado, para melhorar as condições de trabalho para todos”.

Temer

No encontro deste sábado, o presidente do Brasil, Michel Temer, fez um discurso em que defendeu um “esforço coletivo” dos países para garantir “infraestrutura de qualidade, transição energética e segurança alimentar”.

“Unir esforços não quer dizer instituir modelos uniformes. Quer dizer, antes, adaptar soluções a circunstâncias locais”, ressaltou.

Mais adiante, disse que “não há falsos atalhos”: “É com clareza de ideias e responsabilidade, é com permanente abertura ao outro, que estaremos à altura das grandes questões de nosso tempo”.

Redação